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Esta página pretende apenas ser um complemento da inicialmente criada para o Coro de Câmara de Beja, uma vez que a extensa lista de compositores tornava pouco prática a utilização daquela página.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PORTUGAL, MARCOS


Marcos António da Fonseca Portugal (Lisboa, 24 de março de 1762 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1830), mais conhecido simplesmente como Marcos Portugal, foi um compositor e organista português de música erudita. No seu tempo as suas obras foram conhecidas por toda a Europa, sendo um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos.

Filho de Manuel António da Ascensão e de Joaquina Teresa Rosa. Foi aluno do compositor João de Sousa Carvalho, realizando sua primeira composição já aos 14 anos de idade. Com 21 anos já era organista e compositor da Sé Patriarcal de Lisboa, e em 1785 foi nomeado mestre do Teatro do Salitre, para o qual escreveu farsas e entremezes, além de modinhas.
Muitas das suas melodias se tornaram populares, caindo também no gosto da corte portuguesa, que lhe encarregou obras religiosas para o Palácio Real de Queluz e outras capelas utilizadas pela Família Real. Inicialmente assinava as suas obras como Marcos António mas, para que seu nome soasse mais aristocrático, acrescentou depois o "da Fonseca Portugal", emprestado do padrinho de casamento dos pais.
Graças à fama na corte, conseguiu uma bolsa para ir à Itália em 1792, onde permaneceu, com interrupções, até 1800. Fixando-se em Nápoles, compôs várias óperas em estilo italiano que foram muito bem recebidas e encenadas em vários palcos italianos, como os teatros La Pergola e Pallacorda de Florença, San Moise de Veneza e La Scala de Milão. Ao todo, Marcos Portugal escreveu mais de vinte obras na Itália, principalmente óperas bufas e farsas.

Voltou a Portugal em 1800, sendo nomeado mestre de música do Seminário da Patriarcal e maestro do Teatro de São Carlos de Lisboa, para o qual compôs várias óperas. Em 1807, com a chegada das tropas napoleónicas, a Família Real Portuguesa fugiu para o Rio de Janeiro, mas Marcos Portugal ficou em Lisboa, chegando, mais tarde, a trabalhar para os invasores franceses, regendo no São Carlos os concertos comemorativos da ocupação de Portugal por Junot.

Em 1811, Marcos Portugal viajou para o Rio de Janeiro a pedido do Príncipe Regente (outros dizem que por interferência de D. Carlota Joaquina), sendo recebido como uma celebridade , e nomeado compositor oficial da Corte e Mestre de Música de Suas Altezas Reais os Infantes. Trazia na bagagem «seus punhos e bofes de renda, com os seus sapatos de fivela de prata e suas perucas empoadas, a sua ambição e a sua vaidade.»

Em 1813, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Teatro Real de São João - construído à imagem do Teatro de São Carlos em Lisboa - para o qual Marcos Portugal compôs várias obras e onde foram encenadas várias de suas óperas. Nessa época escrevia especialmente obras religiosas. Tinha uma posição privilegiada na corte, sendo professor de música do príncipe Pedro, futuro Pedro I do Brasil e Pedro IV de Portugal.

Em 1821, a sua saúde já precária, foi vítima de dois ataques apopléticos. Por isso Portugal não acompanhou D. João VI quando a corte regressou a Portugal. Com a saúde a deteriorar-se, não permaneceu no Rio, onde o terceiro ataque de AVC em 1830 foi fatal. Morreu relativamente esquecido no dia 17 de fevereiro de 1830, no Rio de Janeiro.

Marcos Portugal compôs durante a sua carreira mais de 40 óperas. As suas obras mais conhecidas La confusione della somiglianza, Lo spazzacamino principe, La donna di genio volabile, Le donne cambiate, Non irritar le donne. Além disso compôs música sacra, algumas das suas peças para os seis órgãos da Basílica de Mafra. Compôs ainda modinhas - "canzonette portuguesa" - e músicas patrióticas. Como primeiro compositor do estado, substituindo João de Sousa Carvalho, compôs músicas para grandes cerimônias reais.
Marcos Portugal é um dos mais prolíficos compositores portugueses de todos os tempos, e a sua extensa obra encontra-se distribuída por vários arquivos em Portugal, Brasil, Itália, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Estados Unidos da América. Cultivou os géneros religioso (missas, motetes, hinos, vésperas, matinas) e teatral (óperas bufas e sérias). Algumas de suas obras teatrais são:


OBRA
Obras Teatrais
La confusione della somiglianza (1793)
L'Eroe Cinese (1793)
Reinaldo d'Asti (1793)
Il Demofoonte (1794)
Le Donne Cambiate (1794)
Lo Spazzacamino (1794)
Fernando nel Messico (1798)
I Sacrifizi d'Ecate o sia Idante (1800)
Adrasto, ré d'Eggito (1800)
La morte di Semiramide (1801)
L'oro non compra amore (1804)
La speranza o sia L'augurio felice (1809) - o hino em que termina essa obra foi hino nacional português até 1834.
A saloia enamorada (1812)

Ópera
Os bons amigos (farsa o intermezzo, 1786, Lisboa)
A casa de café (farsa o intermezzo, 1787, Lisboa)
A castanheira ou a Brites Papagaia (intermezzo, 1788, Lisboa)
O amor conjugal (dramma serio, 1789. Lisboa)
O amor artifice (farsa o intermezzo, basato sul libretto L'amore artigiano di Carlo Goldoni, 1790, Lisboa)
A noiva fingida (dramma giocoso, traduzione del libretto Le trame deluse di Giuseppe Maria Diodati, 1790, Lisboa)
O amante militar (intermezzo, da Carlo Goldoni, 1791, Lisboa)
O lunático iludido (O mondo da lua) (dramma, traduzione del libretto Il mondo della luna di Carlo Goldoni, 1791, Lisboa)
La confusione della somiglianza o siano I due gobbi (dramma giocoso, libretto di Cosimo Mazzini, 1793, Firenze)
Il poeta in campagna (dramma giocoso, libretto di Saverio Zini, 1793, Parma)
Il Cinna (dramma serio, libretto di Angelo Anelli, 1793, Firenze)
Rinaldo d'Este (commedia per música, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1794, Venezia)
Lo spazzacamino principe (commedia per música, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1794, Venezia)
Demofoonte (dramma per música, libretto di Pietro Metastasio, 1794, Milano)
La vedova raggiratrice o siano I due sciocchi delusi (dramma giocoso, 1794, Firenze)
Lo stratagemma ossiano I due sordi (intermezzo, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1795, Firenze)
L'avventuriere (farsa, libretto di Caterino Mazzolà, 1795, Firenze)
L'inganno poco dura (commedia, libretto di Saverio Zini, 1796, Napoli)
Zulima (dramma per música, libretto di Francesco Gonella di Ferrari, 1796, Firenze)
La donna di genio volubile (dramma giocoso, libretto di Giovanni Bertati, 1796, Venezia)
Il ritorno di Serse (dramma serio, libretto di Francesco Gonella di Ferrari, 1797, Firenze)
Le donne cambiate (farsa, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1797, Venezia)
Fernando nel Messico (dramma per música, libretto di Filippo Tarducci, 1798, Venezia)
La maschera fortunata (farsa, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1798, Venezia)
L'equivoco in equivoco (farsa, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1798, Verona)
Gli Orazi e Curiazi (tragedia per música, libretto di Simeone Antonio Sografi, 1798, Ferrara)
La madre virtuosa (operetta di sentimento, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1798, Venezia)
Alceste (tragedia per música, libretto di Simeone Antonio Sografi, 1798, Venezia)
Non irritar le donne ossia Il chiamantesi filosofo (farsa, libretto di Giuseppe Maria Foppa, 1798, Venezia)
La pazza giornata ovvero Il matrimonio di Figaro (dramma comico per música, libretto di Gaetano Rossi, 1799, Venezia) dante ovvero I sacrifici d'Eccate (dramma per música, libretto di Giovanni Schmidt, 1800, Milano)
Adrasto re d'Egitto (dramma per música, libretto di Giovanni De Gamerra, 1800, Lisboa)
La morte di Semiramide (dramma serio, libretto di Giuseppe Caravita, 1801, Lisboa)
La Zaira (tragedia per música, libretto di Mattia Botturini, 1802, Lisboa)
Il trionfo di Clelia (dramma serio, libretto di Simeone Antonio Sografi, 1802, Lisboa)
La Sofonisba (dramma serio, libretto di Del Mare, 1803, Lisboa)
La Merope (dramma serio, libretto di Mattia Botturini, 1804, Lisboa)
L'oro non compra amore (dramma giocoso, libretto di Giuseppe Caravita, 1804, Lisboa)
Il duca di Foix (dramma per música, libretto di Giuseppe Caravita, 1805, Lisboa)
Ginevra di Scozia (dramma eroico per música, libretto di Gaetano Rossi, 1805, Lisboa)
La morte di Mitridate (tragedia per música, libretto di Simeone Antonio Sografi, 1806, Lisboa)
Artaserse (dramma serio, libretto di Pietro Metastasio, 1806, Lisboa)
A saloia namorada (farsa, libretto di Domingos Caldas Barbosa, 1812, Rio de Janeiro)
Augurio di felicità ossia Il trionfo d'amore (serenata, libretto di Marcos António Portugal, su Pietro Metastasio, 1817, Rio de Janeiro)

Para ouvir

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