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Esta página pretende apenas ser um complemento da inicialmente criada para o Coro de Câmara de Beja, uma vez que a extensa lista de compositores tornava pouco prática a utilização daquela página.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

MARAIS, MARIN


Marin Marais (Paris, 25 de maio de 1656 — Paris, 15 de agosto de 1728) foi um compositor francês.
Filho de um sapateiro, aprendeu viola de gamba tão rápido que em seis meses superou o professor. Logo ingressou na orquestra da Ópera de Paris, destacando-se como virtuoso pioneiro da gamba, conhecido internacionalmente pela sonoridade e técnica soberbas  e compositor. Escreveu quatro óperas, mas ficou mais conhecido pela sua imaginativa música instrumental, que abrange desde peças breves e simples a  virtuosísticas experimentações em que faz uso de todos os tons. A partir de 1709, Marais retirou-se da vida pública.

Marin Marais nasceu no seio de família modesta: os seus pais foram Vincent Marais, fabricante de sapatos e Catherine Bellanger.

Em 1667, Marin Marais torna-se menino de coro da Saint-Germain-l'Auxerrois. Aí encontrará Michel-Richard Delalande (igualmente menino de coro) e François Lalouette, pároco. Aos dezesseis anos, deixa voluntariamente Saint-Germain-l'Auxerrois e tenta aperfeiçoar-se junto de Sainte-Colombe na viola da gamba baixo que ele tinha aprendido por ocasião de sua formação como menino de coro. Este último, sentindo-se talvez ameaçado pelo grande talento do jovem músico, teria dito ao final de seis meses que não tem mais nada a ensiná-lo!
Titon du Tillet relata que Marin Marais ter-se-ia então, a partir daquele dia, escondido por baixo do gabinete de trabalho de Sainte-Colombe, instalado no seu jardim, para tentar desvendar os segredos do Mestre, mas teria sido descoberto e castigado por Sainte-Colombe, ao fim de algum tempo.
Marais entra, em seguida, na orquestra da Academia Real de Música, dirigida por Jean-Baptiste Lully, talvez graças à influência de Lalouette, que também tocava na orquestra.

Em 1676, casa-se com Catherine Darnicourt, com a qual terá tido (ainda segundo Titon du Tillet) dezenove filhos; foram encontradas informações sobre doze crianças, em todo o caso. Ele obtém em 1679 o cargo de tocador de viola da câmara do Rei Luís XIV. Acumulará esse cargo com a carreira de músico da Ópera, durante quarenta anos.

Foi em 1685 que Marin Marais começou a escrever peças para viola da gamba; o primeiro livro aparece em 1686. E nesse mesmo ano retoma a escrita da cena de o Idylle dramatique, que obterá grande sucesso. Lamentavelmente, a partitura  perdeu-se, apenas o seu texto foi encontrado.
Após a morte de Jean-Baptiste Lully, que dá aos compositores maior liberdade para fazê-los tocar as suas obras, Marais escreve Alcide (libreto de Jean Galbert de Campistron), em colaboração com Louis Lully (filho mais velho de Jean-Baptiste Lully), que será repreentado em 1693, com grande sucesso.
Paralelamente, apresenta-se como gambista com outros músicos da Corte de Luís XIV, mas também para membros da nobreza: o Duque da Burgonha, Madame de Montespan, Françoise d’Aubigné, etc.). E é nestes termos que Madame de Sévigné dava conta de tais apresentações musicais à sua filha, em carta de 1696: "Os jovens, para divertir-se, dançaram ao som das canções, o que actualmente é grande moda na Corte. Tocava quem quisesse, e quem quisesse também emprestava a orelha ao belo concerto de Vizé, Marais, Descoteaux e Philibert. Depois disso, chegou a meia-noite e o casamento foi celebrado na capela da Prefeitura de Créquy".
O livro Peças em trio para flautas, violinos e viola, publicado em 1689, mostra o repertório utilizado por Marais para esses concertos na Corte.

Em 1701, Marais foi chamado para dirigir uma cerimónia muito grande para a cura do Delfim, reunindo 250 músicos e cantores, durante a qual foram interpretados, entre outros, dois de seus motetos: Domine salvum fac regem e outro cujo nome não ficou registado.
Depois desse importante evento, tornou-se Maestro permanente da Ópera, por volta de 1704. Ele escreverá ainda Alcyone, tragédia musical (representada em 1706), que receberá também grande sucesso.
A seguir, Marais conhece um período menos faustoso, com o fracasso de Sémélé, que será sua última obra lírica. Outras paragens, novos e brilhantes violistas vêm contestar sua supremacia de violista e de compositor: Louis de Caix d’Hervelois e sobretudo Antoine Forqueray.

Em 1708, Marais solicita e consegue que seu filho mais velho, Vincent, assuma o seu posto de violista na Corte real. Continua, contudo, a tocar na Corte até a morte de Luís XIV, depois da qual suas actividades se restringem muito. Não deixa, contudo, de ensinar e de praticar o seu instrumento e vive com alguma tranqüilidade. Quase que exactamente um ano após a morte de sua filha mais velha, no dia 4 de agosto, vem a falecer no dia 15 de agosto de 1728.

OBRA
Instrumental

Peças para viola de gamba
Marais escreveu perto de 600 peças para viola, repartidas em 5 livros, cada um deles compreendendo, entre outras, uma quarentena de suites, às vezes com peças de caracteres, como Tombeau pour Monsieur de Sainte-Colombe.

Peças para uma e para duas violas (1686)
Peças para uma e duas violas com aumento de muitas peças particulares em partição (1689)
Peças de violas, Segundo livro (1701)
Peças de viola, Terceiro livro (1711)
Peças para uma e para três violas, Quarto livro (1717)
Peças de viola, Quinto livro (1725)

Peças para trio
O músico foi um dos primeiros, em França, a ter escrito peças para trio.

Peças para trio para flautas, violinos e viola (1692)
A Gama e outros trechos de sinfonia para violino, viola e címbalo (1723)

As tragédias líricas francesas
Alcide (1693)
Ariane et Bacchus (1696)
Alcyone (1706)
Sémélé (1709)
 
Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=NzRrOfkU8mc&feature=PlayList&p=B9B33F6D3431DD41&playnext=1&playnext_from=PL&index=31

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