Claudio Monteverdi (Cremona, 15 de maio de 1567 — Veneza, 29 de novembro de 1643) foi um compositor italiano. Foi o responsável pela transição entre a tradição polifónica do século XVI para o nascimento da ópera, do século XVI. Também é considerado o último grande representante italiano do madrigal, que preparou a passagem do estilo musical renascentista para o da música barroca. Embora os seus primeiros madrigais reflitam ainda o cromatismo exuberante do Renascimento tardio, Monteverdi abraçou o estilo novo e simplificado, tornando-se inclusive o seu maior defensor. A sua ópera L'Orfeo, que explorava as possibilidades musicais e dramáticas do barroco, marcou o início de uma nova era.
Umas das suas obras ainda hoje representadas são: L'Incoronazione di Poppea e Il Ritorno.
Aluno de Marc'Antonio Ingegneri, maestro da capela da Catedral de Cremona, e aos 15 anos publicou suas primeiras obras. Claudio Monteverdi foi aceito na corte de Mântua no ano de 1589, como coralista e violista, e em 1603 foi nomeado pelo duque Vincenzo Gonzaga maestro di cappella. Sua produção musical, até os quarenta anos, foi principalmente de madrigais, compondo um total de oito livros, que, em conjunto, mostram o desenvolvimento da musica polifônica renascentista até o estilo monódico, característico da música barroca. Há um nono livro, publicado postumamente, em 1651, que contém um grupo mais diverso de madrigais, compostos, provavelmente, no decorrer de sua vida.
Em 1599, desposou Claudia de Cataneis e, em 1607, ocorreu em Mântua a estréia de L'Orfeo, favola in musica, sua primeira ópera - e também a mais antiga da história - cuja música e texto chegaram até os dias actuais. Outras das suas óperas ainda hoje representadas são: L'Incoronazione di Poppea e Il Ritorno d'Ulisse in Patria. Monteverdi é geralmente conhecido como o "pai da ópera".
Em 1613, Monteverdi foi maestro do coro e director da Catedral de São Marcos, em Veneza.
Monteverdi também se notabilizou pela música sacra, como sua Missa (1610), e antífonas, como Vespro della Beata Vergine (1610). Em 1640, foi publicada a série Selva morale e spirituale, um grande compêndio de música sacra.
Nas músicas de Monteverdi, pode notar-se um começo bastante polifónico, com contraponto e equivalência de vozes, seguindo a tradição do Renascimento, e uma regressão da música vocal até ao estilo monódico - que seria adotado pelo Barroco - marcado por linhas melódicas claras, texto de simples compreensão e acompanhamento instrumental leve. Este foi um passo fundamental para a criação das obras musicais com intensidade de efeitos dramáticos, o dramma per la musica.
Monteverdi foi autor de nove livros de madrigais e de dezoito óperas conhecidas.
Famoso em vida pela sua obra, Claudio Monteverdi faleceu em Veneza em 1643, e foi sepultado na Igreja de Santa Maria Gloriosa dei Frari.
Os primeiros madrigais de Monteverdi mantiveram-se no estilo tradicional, mas por volta de 1600 ele já começaria a incorporar elementos do novo e mais autêntico estilo em suas obras, prática que o tornou alvo de críticas do conservador Giovanni Artusi. Monteverdi respondeu incluindo um manifesto sobre a seconda prattica como prefácio de seu quinto livro de madrigais em 1605. Os seus madrigais publicados já eram conhecidos até em Copenhagem quando escreveu sua primeira ópera, L'Orfeo, em 1607. Uma segunda ópera, Arianna, seguiu-se um ano depois, refletindo a dor pela morte da esposa. Arianna provou-se mais popular que L'Orfeo, particularmente o Lamento, que é o único trecho que restou da ópera. Após assumir seu posto em São Marcos em 1613, o foco da produção de Monteverdi deslocou-se para a música sacra coral, embora tenha continuado a escrever madrigais e música dramática, incluíndo Il Ritorno d'Ulisse in Patria (1640) e L'Incoronazione di Poppea (1642) para a nova casa de ópera em Veneza.
Entre as obras mais notáveis de Monteverdi estão: Luci Serene e Chiare, Si, Ch'Io Vorrei Morire, Cruda Amarilli, L'Orfeo e Vespro Della Beata Vergina.
OBRAS
Madrigais
1584 (Veneza): Canzonette a tre voci di Claudio Monteverde Cremonese discepolo del Sig. Marc'Antonio Ingegnieri, novamente poste in luce. Libro Primo. In Venetia: Presso Giacomo Vincenti, & Ricciardo Amadino compagni, MDLXXXIIII.
1587 (Veneza): Madrigali a cinque voci di Claudio Monteverde Cremonese discepolo del Sig.r Marc'Antonio Ingegnieri… Libro primo;
1590 (Veneza): Il secondo libro de madrigali a cinque voci di Claudio Monteverde Cremonese discepolo del Sig.r Ingegneri. In Venetia: Appresso Alessandro Raverij, MDCVII.
1592 (Veneza): Di Claudio Monteverde il terzo libro de madrigali a cinque voci. In Venetia: Appresso Ricciardo Amadino, MDXCII
1603 (Veneza): Il quarto libro de madrigali a cinque voci di Claudio Monteverdi Maestro della Musica del Ser.mo Sig.r Duca di Mantova.
1605 (Veneza): Il quinto libro de madrigali a cinque voci di Claudio Monteverde Maestro della Musica del Serenissimo Sig.r Duca di Mantoa, col basso continuo per il Clavicembano, Chittarone, od altro simile istromento; fatto particolarmente per li sei ultimi, & per li altri a beneplacito.
1607 (Veneza): Scherzi Musicali a tre voci di Claudio Monteverde. Raccolti da Giulio Cesare Monteverdi suo fratello & novamente posti in luce. Con la Dichiaratione di una Lettera, che si ritrova stampata nel Quinto libro de suoi madregali. In Venetia: Appresso Ricciardo Amadino, MDCVII.
1614 (Veneza): Il sesto libro de madrigali a cinque voci, con uno dialogo a sette, con il suo basso continuo per poterli concertare nel clavacembano, et altri stromenti. Di Claudio Monteverde Maestro di Cappella della Sereniss. Sig. di Venetia in S. Marco.
1619 (Veneza): Concerto. Settimo libro de madrigali a 1.2.3.4. sei voci, con altri generi de canti di Claudio Monteverde Maestro di Capella della Serenissima Republica.
1632 (Veneza) Scherzi Musicali, cioè Arie, & Madrigali in stil recitativo con una Ciaccona a 1. & 2. voci. Del M.to Ill.te & M.to R.do Sig.r Claudio Monteverde. Maestro di Capella della Sereniss. Repub. Di Venetia. Raccolti da Bartholomeo Magni.
1638 (Veneza): Madrigali guerrieri, et amorosi con alcuni opuscoli in genere rappresentativo, che saranno per brevi Episodii fra i canti senza gesto. Libro ottavo di Claudio Monteverde Maestro di Capella della Serenissima Republica di Venetia
1651 (Veneza): Madrigali e canzonette a due e tre voci del signor Claudio Monteverde già Maestro di Cappella della Serenissima Republica di Venezia… Libro nono. Apresso Alessandro Vincenti. In Venetia: Appresso Alessandro Vincenti, MDCLI. (op. posth.)
Obras Sacras
1582 (Veneza): Sacrae Cantiunculae tribus vocibus Claudini Montisviridi cremonensis Egregii Ingegnerii Discpuli. Liber Primus. Venetiis: Apud Angelus Gardanum, MDLXXXII.
1583 (Brescia): Madrigali spirituali a quattro voci posti in musica da Claudio Monteverde Cremonese, discepolo del Signor Marc'Antonio Ingegneri.
1610 (Veneza): Sanctissimæ Virgini Missa senis vocibus ad ecclesiarum choros. Ac Vespere pluribus decantanda cum nonnullis sacris concentibus ad Sacella sive principum cubicula accommodata. Missa da Capella a 6 voci, fatta sopra il motetto In illo tempore del Gomberti; Vespro della beata vergine da concerto composto sopra canti fermi, 6 vocibus et 6 instrumentis. Venetijs: Apud Ricciardum Amadinum, MDCX.
1640 (Veneza): Selva morale e spirituale di Claudio Monteverde, Maestro Di Capella della Serenissima Republica Di Venetia. Alla Sacra Cesarea maesta dell'Imperatrice ELEONORA GONZAGA. In Venetia: Appresso Bartolomeo Magni, MDCXXXX.
1650 (Veneza): Messa a 4 voci et salmi a una, due, tre, quattro, cinque, sei, sette et otto voci, concertati, e parte da cappella & con le litanie della B.V. del Signor Claudio Monteverdi già Maestro di Cappella della Serenissima Republica di Venetia. (op. posth.)
Música Cénica
1607 (Mantua): L’Orfeo. (Alessandro Striggio) Favola in Musica da Claudio Monteverdi rappresentata in mantova l'Anno 1607. & novamente data in luce. In Venetia: apresso Ricciardo Amadino, MDCIX.
1608 (Mantua): L’Arianna. (Ottavio Rinunccini) Música perdida, exceto o Lamento.
1608 (Mantua): Il ballo delle ingrate. Ballett (Alessandro Striggio). Incluída no VIII livro de madrigais.
1616 (Venezia): Tirsi e Clori, Ballett. (Alessandro Striggio) Incluída no VII livro de madrigais.
1624 (Veneza): Combattimento di Tancredi e Clorinda, (Torquato Tasso) Incluída no VIII livro de madrigais.
1637 (Viena): Volgendo Il Ciel Ballo in onore dell’Imperatore Ferdinando III. Incluída no VIII livro de madrigais.
1641 (Veneza): Il ritorno d’Ulisse in patria. (Giacomo Badoaro) Drama in Musica rappresentato in Venetia nel Teatro di San Cassiano, l’Anno 1641. Poesia di Giacomo Badoaro N.V., Musica di Claudio Monteverdi.
1642 (Veneza): L’incoronazione di Poppea. (Giovanni Francesco Busenello) Drama in Musica rappresentato in Venetia nel Teatro Grimano, l’Anno 1642. Poesia di Gio. Francesco Busenello, Musica di Claudio Monteverdi.
Obras perdidas
1608 (Mantua) Prologo para L’idroppica (Giovanni Battista Guarini).
1617 Maddalena. Prologo.
1617 Le nozze di Tetide e di Peleo. Intermezzo
1617 Andromeda.
1620 (ca.) Lamento d’Apollo.
1627 (Mantova) La finta pazza Licori.
1627 Armida
1628 (Parma) Gli amori di Diana e di Endimione. Intermezzo (Ascanio Pio)
1628 Torneo Mercurio et Marte.
1630 (Veneza) Proserpina rapita. (Giulio Strozzi)
1641 (Veneza) Le nozze d’Enea con Lavinia (Giacomo Badoaro)
1641 (Piacenza) La vittoria d’amore. Ballett.
Para ouvir