Horas certas-clique na seta

Número total de visualizações de páginas

CALENDÁRIO

Esta página pretende apenas ser um complemento da inicialmente criada para o Coro de Câmara de Beja, uma vez que a extensa lista de compositores tornava pouco prática a utilização daquela página.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

STRAUSS, RICHARD

Richard Georg Strauss (Munique, 11 de junho de 1864 - Garmisch-Partenkirchen, 8 de setembro de 1949) foi um compositor e maestro alemão. É considerado um dos mais destacados representantes da música entre o final da Era Romântica e o início da Idade Moderna.

O seu pai, Franz Strauss, era primeiro trompista da orquestra da Ópera de Munique, tendo participado da estreia de Tristão e Isolda e Die Meistersinger, sendo muito elogiado pelo próprio Wagner, que gostava de ouvi-lo tocar solos das partes de trompa das suas óperas e pediu-lhe que revisasse as partes desse instrumento na partitura de Siegfried. Ainda criança, Strauss estudou violino e harpa com membros dessa mesma orquestra, e antes de completar dez anos, já havia escrito uma serenata para instrumentos de sopro.

Em 1885 Richard Strauss tornou-se assistente do célebre regente Hans von Bülow em Meiningen e, um mês mais tarde, tornou-se regente titular daquela orquestra. Foi também director da Ópera de Weimar (1886), Berlim (1898), e Viena (1919-1924).

Em 1894 foi convidado por Cosima Wagner a reger Tannhäuser em Bayreuth, tornando-se amigo da viúva de Wagner.

Entre 1886 e 1898 Richard Strauss assombrou o mundo com uma série de poemas sinfónicos e sinfonias. Em 1893 casou-se com a soprano Pauline de Ahna, a primeira a cantar o papel de Freihild na sua primeira ópera, Guntram. Mas quando ele conheceu o poeta Hugo von Hofmannsthal por volta de 1909, uma nova fase se abriu na produção musical de Richard Strauss, dedicada principalmente à ópera.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Richard Strauss foi ardente partidário da dinastia dos Hohenzollern. Apesar disso, durante a década que se seguiu à derrota da Alemanha, o músico foi acolhido internacionalmente com calor e respeito.

Em 1923 Richard Strauss esteve no Brasil, onde deu memoráveis concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Após a subida ao poder de Hitler (1933), Richard Strauss aceitou ser nomeado director do Reichsmusikkammer (1934). Isso tem levado a suspeitas de simpatia com o nazismo, o que fez com que o compositor sofresse o desdém de outros músicos que protestaram veementemente contra o regime nazi, entre os quais Toscanini, Arthur Rubinstein e Otto Klemperer. Vale notar, porém, que Richard Strauss não era anti-semita. Isso pode ser provado pelo facto de ele ter colaborado com um escritor judeu, Stefan Zweig, autor do libreto de uma de suas óperas, Die Schweigsame Frau (Stefan Zweig mudou-se para o Rio, onde cometeu suicídio), e pelo facto de que ele fez tudo para defender sua nora, que era judia. Após a derrota de Hitler em 1945, os Aliados instalaram na Alemanha um comitê de desnazificação, e Richard Strauss foi chamado a depor, mas o tribunal inocentou-o de qualquer filiação ao partido nazi. Convidado a reger os seus concertos em Londres em 1947, foi recebido entusiasticamente.

Pouco depois, Richard Strauss compôs a sua última obra, Vier Letzte Lieder ("Quatro Últimas Canções"). Morreu pacificamente na sua casa em Garmish-Partenkirchen, a 8 de setembro de 1949.

Como compositor de óperas, pode-se dizer que a maioria das óperas de Richard Strauss tem por título um nome de mulher e está centrada num personagem feminino. O mesmo acontece com Puccini, mas há uma diferença. As heroínas de Puccini são criaturas dóceis e submissas, inteiramente dedicadas aos seus amantes, a quem são fiéis até à morte, com excepção de Turandot. Já nas óperas de Richard Strauss há todo tipo de mulher: a revoltada como Elektra; a megera, protótipo da femme fatale (Salomè); a doçura, a sabedoria e a delicadeza da Marechala de Der Rosenkavalier; a mulher doente de amor (Ariadne auf Naxos); o bom gosto e o refinamento da Condessa Madeleine em Capriccio, incapaz de escolher entre um poeta e um músico - e Strauss aproveita para fazer a apologia da poesia e da música, as duas artes irmãs nesta ópera. Um subtítulo geral para as óperas de Richard Strauss poderia ser "a mulher no divã" ou psicanálise feminina. O poeta Hugo von Hofmannsthal, amigo do compositor, compartilhava dos mesmos gostos e das mesmas tendências, eis por que a colaboração entre os dois foi tão frutífera.

Musicalmente, Richard Strauss levou a atonalidade a paroxismos de histeria em Salomè e, principalmente, em Elektra, a mais atonal das partituras do compositor. No entanto, em Der Rosenkavalier, ele resolveu voltar atrás, misturando valsas e suaves melodias tonais com todo o arrojo das tendências musicais contemporâneas, e este foi mais ou menos o caminho que ele trilhou até o fim. Strauss nunca escondeu que seus compositores favoritos eram Wagner e Mozart, e de facto encontramos forte influência de ambos nas partituras de Richard Strauss, o que não impede que ele seja uma personalidade musical única.

Strauss deixou estas reflexões, através das quais penetramos na sua mente e nas idéias que o norteavam, especialmente no que se refere à composição operística:
Quando somos jovens, imagina-se que um libreto só é interessante se contém cenas violentas e assassinatos terríveis. "Depois começa-se a compreender que também nos pequenos acontecimentos da vida quotidiana há coisas que merecem ser notadas e exaltadas com intenso lirismo. É preciso aprender a descobrir quanto existe de profundo nos factos e nas coisas que parecem humildes. Debaixo de um manto de púrpura muitas vezes vive uma mesquinha criatura; sob a roupa desalinhada de um pequeno burguês dos nossos dias palpita às vezes um coração de herói. Temos que nos curar da mania do heroísmo cenográfico, e especialmente renunciar aos venenos, aos punhais e aos incestos".

OBRAS
Poemas sinfónicos

Aus Italien (1886)
Macbeth (1886-88)
Don Juan (1889)
Morte e Transfiguração (1891)
Also sprach Zarathustra (Strauss) (1891)
Till Eulenspiegels lustige Streiche (1895)
Sinfonia Doméstica (1904)
Der Bürger als Edelmann (1912)
Uma Sinfonia Alpina (1915)

Óperas
Guntram (1894)
Feuersnot (O Juízo de Fogo) (1901)
Salomè (1905)
Elektra (1909)
Der Rosenkavalier (O Cavaleiro da Rosa) (1911)
Ariadne auf Naxos (Ariadne na Ilha de Naxos) (1916)
Die Frau ohne Schatten (A Mulher sem Sombra) (1918)
Die Ägyptische Helena (A Helena Egípcia) (1928)
Arabella (1933)
Die schweigsame Frau (A Mulher Silenciosa) (1935)
Friedenstag (O Dia da Paz) (1938)
Daphne (1938)
Capriccio (1942)
Die Liebe der Danae (Os Amores de Danae) (1952, a data da estréia póstuma)

Peças solísticas
Concerto para violino (1880-82)
Concerto para trompa no.1 (1882-83)
Burleske para piano (1885-86)
Concerto para trompa no.2 (1942)
Concerto para oboé (1945)
Duo concertino para clarinete e fagote (1947


Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=-eKlmv5Baa4

Sem comentários:

Enviar um comentário

relojes web gratis

Seguidores