Horas certas-clique na seta

Número total de visualizações de páginas

CALENDÁRIO

Esta página pretende apenas ser um complemento da inicialmente criada para o Coro de Câmara de Beja, uma vez que a extensa lista de compositores tornava pouco prática a utilização daquela página.

sábado, 30 de janeiro de 2010

SHOSTAKOVITCH, DMITRI

Dmitri Shostakovitch (São Petersburgo, 25 de setembro de 1906 — Moscou, 1975) foi um compositor de música clássica russo, nascido na União Soviética. Embora tenha frequentemente trabalhado para o próprio governo soviético e seus líderes, como Josef Stalin, que o comissionaram por muitas vezes para escrever obras celebratórias, conseguiu criticar como poucos, utilizando-se apenas de sua música, a opressão stalinista e a atmosfera de terror que reinava na União Soviética. ExaCtamente por isso sofreu diversas tentativas de censura, e continuou lutando pela independência da criação artística até o fim de sua vida.

Aos nove anos começou a aprendizagem de piano com a sua mãe, intérprete profissional deste instrumento. Em 1919 ingressou no Conservatório de São Petersburgo (então Petrogrado), onde estuda piano com Leonid Nikolayev e composição com Maximilian Steinberg. Os estudos de piano prolongaram-se até 1923 e os de composição até 1925. Em 1926, a sua sinfonia nº1, peça de formatura da classe de composição, é bem recebida. Recebeu menção honorífica em piano no prestigioso Concurso Chopin de Varsóvia na edição de 1927. Escreveu trilhas sonoras para filmes e chegou a trabalhar no teatro com Meyerhold.

Recebeu várias distinções: em 1954, de Artista do Povo da URSS e de Membro Honorário da Real Academia Sueca de Composição; em 1956, a Medalha da Ordem de Lênin, além do Prêmio Lênin de Composição em 1958 e 1966, e no mesmo ano de 1958 o título de Doutor honoris causa pela Universidade de Oxford e pela Universidade de Dublin, em 1968. Em 1966 a medalha de ouro da Real Sociedade Filarmônica de Londres. Em 1948 viajou para os Estados Unidos como delegado soviético na Conferência Mundial da Paz e pôde observar o sucesso que as suas obras tinham no exterior, principalmente sua sinfonia nº 5.

A sua música costuma ser bastante envolvente, com forte uso de temas militares, comuns à época em que viveu (comunismo, Segunda Guerra Mundial, entre outros). Além disso, ao compor quinze sinfonias, foi um dos maiores sinfonistas do século XX. Também escreveu uma suíte para orquestra de jazz, dois concertos para piano e orquestra, concertos para violino e violoncelo e diversos quartetos de cordas, além de duas óperas e obras para piano solo.

Em finais da década de 1920 o clima cultural da União Soviética caracterizava-se por uma relativa liberdade. No campo musical, isso significava a possibilitade de conhecer as obras de músicos que, como Stravinsky ou Schönberg, estavam a realizar experiências muito importantes na linguagem musical. Por exemplo, Bartók e Hindemith conseguiram visitar a URSS e apresentar as suas próprias obras. Shostakovitch absorveu estas várias influências e integrou-as nas suas várias composições. Como resultado desta investigação na linguagem musical, compôs em 1928 a ópera "O Nariz", que motivou uma forte crítica por parte da Associação Proletária de Compositores Russos na qual esta obra era qualificada de burguesa.

Desta forma, os anos seguintes foram marcados pelo instável equilíbrio que Shostakovitch manteve entre as exigências da sua própria inspiração e as das autoridades culturais do seu país. Incapaz de obedecer completamente às prescrições do regime, o músico procurou integrar as sucessivas críticas provocadas pelas suas composições.

Em 1932 o jornal Pravda opinou sobre uma nova ópera, intitulada "Lady Macbeth do Distrito de Mzensk", as duas óperas criadas até aquela data, somadas à sua Sinfonia n. 4, foram censuradas e proibidas de serem apresentadas publicamente até 1937.

Durante a Segunda Guerra Mundial houve um abrandamento da censura e o compositor pode sentir uma brisa cultural na União Soviética. Após o fim da guerra as críticas foram retomadas e o compositor sofreu nova censura pela sua Sinfonia n. 8 "Stalingrado". As críticas levaram o compositor a restringir suas aparições públicas até a morte do ditador Josef Stalin em 1953.

OBRAS

Sinfonias
Sinfonia n. 1 em fá menor opus 10, composta em 1924-25, em 4 movimentos, duração aproximada 30 minutos. Obra de formatura da classe de composição.
Sinfonia n. 2 "Ao Outubro" em si maior opus 14, com coro. Composta em 1927, em único movimento, duração aproximada 20 minutos. Dedicada ao Décimo Aniversário da Revolução de Outubro. Assegurada pelo sucesso de sua obra de formatura, encomenda do ministério da Educação soviético, constitui o início de uma carreira marcada por sua ligação com o regime soviético.
Sinfonia n.º 3 em mi bemol maior, opus 20, "Ao Primeiro de Maio", composta em 1929, em 4 movimentos, com coro, duração aproximada 25 minutos.
Sinfonia n. 4 em dó menor opus 43, composta em 1935-36, em 3 movimentos, duração aproximada 60 minutos.
Sinfonia n. 5 em ré menor opus 47, composta em 1937, em 4 movimentos, duração aproximada 45 minutos. A mais executada em salas de Concerto, porta de entrada para a obra de Shostakovitch.
Sinfonia n. 6 em si menor opus 54, composta em 1939, em 3 movimentos, duração aproximada 30 minutos.
Sinfonia n. 7 "Leningrado" em dó maior opus 60, composta em 1941, em 4 movimentos, duração aproximada 75 minutos. Sua maior obra sinfônica, inicia o ciclo das obras patrióticas durante a Segunda Grande Guerra. Um quadro orquestral da resistência do povo da cidade de Leningrado (atual S.Petersburgo) ao cerco alemão.
Sinfonia n. 8 "Stalingrado" em dó menor opus 65, composta em 1943, em 5 movimentos, duração aproximada 60 minutos. Dedicada ao maestro Evgeni Mravinski, titular da Filarmônica de Leningrado, atual Filarmônica de S. Petersburgo. Homenagem às vítimas do cerco alemão sobre a cidade de Stalingrado (atual Volgograd).
Sinfonia n. 9 em mi bemol menor opus 70, composta em 1945, em 5 movimentos, duração aproximada 25 minutos. Esta obra sofreu censura do partido comunista pois foi composta contrariando a ideologia do realismo soviético, foi uma releitura da forma clássica das sinfonias.
Sinfonia n. 10 em mi menor opus 93, composta em 1953, em 4 movimentos, duração aproximada 50 minutos. O segundo movimento representa um retrato musical de Josef Stalin.
Sinfonia n. 11 "O Ano de 1905" em sol menor opus 103, composta em 1957, em 4 movimentos, duração aproximada 60 minutos. Homenagem às vítimas do Domingo Sangrento.
Sinfonia n. 12 "O Ano de 1917" em ré menor opus 112, composta em 1961, em 4 movimentos, duração aproximada 40 minutos.
Sinfonia n. 13 " Babi Yar" em si bemol menor opus 113, composta em 1962, em 4 movimentos, coro e baixo, duração aproximada 60 minutos, sobre poemas de Evgueni Evtouchenko. Em lembrança às vítimas do massacre de Babi Yar onde pereceram 30 000 judeus ucranianos, e uma crítica ao anti-semitismo ainda presente na rússia soviética.
Sinfonia n. 14 em si menor opus 135, composta em 1969, em 11 movimentos, orquestra de cordas, soprano, baixo e percussão, duração aproximada 45 minutos. Dedicada a Benjamin Britten. Baseada em poemas de Federico Garcia Lorca.

Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=ogJFXqYEYd8

Sem comentários:

Enviar um comentário

relojes web gratis

Seguidores