Horas certas-clique na seta

Número total de visualizações de páginas

CALENDÁRIO

Esta página pretende apenas ser um complemento da inicialmente criada para o Coro de Câmara de Beja, uma vez que a extensa lista de compositores tornava pouco prática a utilização daquela página.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

VARÈSE, EDGAR

Edgar Victor Achille Charles Varèse (Paris, 22 de dezembro de 1883 — Nova Iorque, em 6 de novembro de 1965) foi um compositor francês naturalizado estadunidense.

Estudou com Vincent d'Indy na Schola Cantorum, de 1903 a 1905, e com Charles-Marie Widor no Conservatório de Paris, de 1905 a 1907; depois, deslocou-se a Berlim, onde encontrou Richard Strauss e Ferruccio Busoni. Em 1913, regressou a Paris, mas em 1915, decepcionado pelos novos meios oferecidos aos compositores, decidiu emigrar para os Estados Unidos, e estabeleceu-se em Nova Iorque.

Passou os primeiros anos nos Estados Unidos a encontrar-se com os principais autores da música norte-americana, promovendo a sua visão de novos instrumentos de música eletrônica, dirigindo orquestras, e criando a New Symphony Orchestra. Foi cerca desse período que Varèse começou a trabalhar em Amériques, que terminou em 1921. Nessa obra, Varèse mostra-se particularmente atento em dar corpo à matéria sonora proteiforme, palavra criada a partir da entidade mitológica grega Proteu, divindade com o poder de se metamorfosear: ele transforma as massas sonoras em cores de timbres, jogos de interações recíprocas, liberadas do jugo de um sistema. Necessitou, para essa empreitada, de integrar novos conceitos de sonoridade, que transformam os parâmetros clássicos da música em categorias mais amplas, portanto em campos, noção móvel, mas mais em consonância com as pesquisas desenvolvidas pelas ciências físicas de hoje. Com efeito, na teoria quântica de campos, derivada dos trabalhos sobre o eletromagnetismo, os resultados exatos são raros, e deve-se habitualmente valer-se de métodos de aproximações sucessivas (também chamada de teoria das perturbações). Notar-se-á igualmente a concordância da composição Amériques com a publicação da teoria da relatividade geral de Albert Einstein (1915).

Foi depois de terminada a mencionada obra que Varèse fundou a International Composers' Guild, (inglês para: Associação Internacional de Compositores), dedicada à interpretação de novas obras de compositores norte-americanos e europeus, e para a qual compôs quantidade de peças para instrumentos de orquestra e voz, como Offrandes, em 1922, Hyperprism, em 1923, Octandre, em 1924, e Intégrales, em 1925.

Em 1928, Varèse retornou a Paris para modificar certas partes de Amériques, nela incluindo o instrumento ondas Martenot, criado, na década de 1920, por Maurice Martenot, inventor e músico francês. Compôs em 1931 sua mais célebre obra não eletrónica, institulada Ionisation. É freqüentemente apresentada como a primeira peça escrita unicamente para instrumentos de percussão: mas há erro nessa afirmação, insidiosamente criada e divulgada pelo próprio Varèse (conferir em Alejo Carpentier). Se fizermos abstração de um Interlúdio escrito por Dmitri Shostakovich para a ópera Le Nez (O Nariz), a primeira obra exclusiva para instrumentos de percussão da música erudita ocidental é Rítmica V (1929), do compositor nascido em 1900, em Cuba, Amadeo Roldán. Ainda que escrita para os instrumentos existentes, Ionisation foi concebida como uma pesquisa de novos sons e de novos métodos para os criar. Em 1933, quando Varèse ainda estava em Paris, escreveu à Fundação Guggenheim e aos Laboratórios Bell na esperança de obter fundos para desenvolver um studio de música eletrónica.

A sua composição seguinte, Ecuatorial, terminada em 1934, continha partes para teremins, e Varèse, antecipando uma resposta favorável ao seu pedido de fundos, retorna aos Estados Unidos para lá criar a sua música eletrónica. Varèse escreveu Ecuatorial para dois teremins, registro (voz) de baixo, instrumentos de sopro e de percussão, no início dos anos 1930. A obra foi executada no dia 15 de abril de 1934, sob a direção de Nicolas Slonimsky. Em seguida, Varèse deixa Nova Iorque, onde vivia desde 1915, e vive em Santa Fé, São Francisco e Los Angeles. Quando Varèse retorna à França, em 1938, Léon Theremin havia regressado à Rússia. Esse facto desesperou Varèse, que havia esperado trabalhar com Theremin num aperfeiçoamento do instrumento. Varèse havia também apresentado o teremim por ocasião de suas viagens ao Leste estadunidense, e havia feito uma demonstração do instrumento em 12 de novembro de 1936, numa conferência na Universidade do Novo México, em Albuquerque.

Quando, perto do fim da década de 1950, Varèse foi contactado por um editor para publicar Ecuatorial, restavam apenas uns poucos teremins, e ele decidiu então reescrever essa peça para ondas Martenot. A nova versão foi criada em 1961.

Varèse havia definido muito cedo os parâmetros de uma nova ética da pesquisa musical. Ele queria que o rigor da pesquisa mantivesse uma firmeza artística desligada de qualquer teoria apriorística. O seu propósito é freqüentemente citado, pois ficou famoso por ser visionário, que a ele somente se refere o estado de inquietude no qual foram jogados desde então os compositores:

Música, que deve viver e vibrar necessita de novos meios de expressão e somente a ciência consegue impregná-la com ímpeto juvenil… eu sonho com instrumentos que obedeçam ao pensamento e que, apoiados por uma torrente de timbres ainda não sonhados, servirão para qualquer combinação que eu lhe escolha impor e se submeterão às exigências de meu ritmo interior.

Em 1958, o Concret PH (Parabole – Hyperbole), de Iannis Xenakis, peça curta de dez minutos, serviu de interlúdio durante o concerto no Pavilhão Philips, da Exposição Universal de Bruxelas: ele preparava os ouvintes para o Poème Électronique, de Edgar Varèse. O espaço sonoro redistribuído cumpria então um papel bem mais importante do que um simples meio, que um substrato para a obra: ele eleva-se ao nível de parâmetro da composição. Desde Hyperprism (1923), Varèse começou a criar uma música que integra o componente espacial a uma nova dimensão da representação, a uma música espacializada.

OBRAS

Un grand sommeil noir (1906), para soprano e piano (uma versão orquestral foi realizada por Antony Beaumont)
Amériques (1921), para grande orquestra.
Offrandes (1921), para soprano e orquestra de câmara.
Hyperprism (1922-23), para pequena orquestra e percussão.
Octandre (1924), para sete instrumentos de sopro e contrabaixo.
Intégrales (1924-25), para pequena orquestra e percussão.
Arcana (1926-27), para grande orquestra.
Ionisation (1931), para 13 percussionistas. Ao menos duas versões para 6 percussionistas foram propostas: a primeira, por Georges Van Gucht, para Les Percussions de Strasbourg, a quem Varèse deu sua permissão, e a segunda, em 2002, por Georges Boeuf, para 'Symblêma', sobre a qual o maestro Frédéric Daumas escreveu em 08 de julho de 2003: "Esta última versão é igualmente para 6 percussionistas. Ela respeita escrupulosamente a partitura original e foi concebida de maneira a conservar a espacialiazação do som da versão para 13.
Ecuatorial (1934), para coro, trompetes, trombones, piano, órgão, 2 ondas Martenot e percussão.
Densité 21,5 (1947), exclusivo para flauta.
Déserts (1954), para instrumentos de sopro, de percussão e fita magnética.
Poème Électronique, para fita magnética (1958).
Nocturnal (1959-61) para soprano, coro e orquestra (inacabada).
Nuit, calcada em poema de Henri Michaux, para soprano, instrumentos de sopro, contrabaixo e percussão (inacabada).
 
Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=XuDB4VlPkfE

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

VANHAL, JOHANN

Johann Baptist Vanhal (12 de maio de 1739, 20 de agosto de 1813) foi um importante compositor de música clássica; nasceu em Nechanice, Bohemia, de uma família checa.
Nascido em Nechanice, Bohemia, numa família camponesa checa, Vanhal recebeu o seu primeiro treinamento de um músico local. A partir destas origens humildes, foi capaz de ganhar a vida como organista da vila e do coro.A Condessa Schaffgotsch, que o ouviu tocar violino, levou-o a Viena em 1760, onde ararranjou aulas de composição com Ditters Carl von Dittersdorf. Um maior apoio ajudou-o a viajar e a ganhar mais conhecimento da música e com a idade de 35 anos, estava vivendo um grande momento de exaltação musical: é relatado que ele tocou com quartetos de Haydn, Mozart e Dittersdorf. Escreveu três óperas: Il Demofoonte (1770), Il Trionfo di Clelia (1770) e A Princesa de Tarento. Na década de 1770, Vanhal conheceu o contrabaixista Johannes Matthias Sperger e escreveu um concerto para contrabaixo para ele. O historiador de música inglês, Frances Burney, visitou Vanhal em 1772. Mozart apresentou o Violin Concerto in B flat de Vanhal, em Augsburgo, em 1777. Cerca de 1784, Haydn, Dittersdorf, Mozart e Vanhal tocaram String Quartets juntos. Haydn e Dittersdorf tocaram os violinos, Mozart a viola, e Vanhal no violoncelo. O regitador deste evento, o compositor e tenor Michael Kelly, afirmou que eles tocaram bem, mas não excepcionalmente bem, mas a imagem de quatro dos grandes compositores de todos os tempos que se juntaram para fazer música  em comum,  ainda é uma das imagens clássicas da Era clássica.

Contou ter sofrido de uma doença nervosa não especificada que acabou por desaparecer, mas que deu força à opinião mantida por Burney e outros que a qualidade das composições de Vanhal se deteriorou com o desaparecimento de sua condição nervosa. Os estudiosos, tais como Paul Bryan acham que "a qualidade e a quantidade dos trabalhos sérios,  que ele (Vanhal), compôs depois de 1770, ... desmentem essa afirmação".

Vanhal adaptou a sua saída à realidade económica da época e deixou de escrever sinfonias no final dos anos 1770. A sua imaginação fértil não só criou mais de 1300 obras, mas também experiências de maneira bastante radical com estilo musical e estrutura.
Tinha de ser um escritor prolífico para responder às demandas feitas sobre ele, e que lhe são atribuídos 100 quartetos, pelo menos, 73 sinfonias, 95 obras sacras, e um grande número de obras instrumentais e vocais. As sinfonias, em especial, têm sido cada vez mais freqüentemente gravadas em disco compacto em tempos recentes, e as melhores delas são comparáveis com os muitas de Haydn. Muitas das sinfonias de Vanhal estão em tonalidades menores e são considerados altamente influentes para o "Sturm und Drang" movimento do seu tempo. Vanhal faz uso de semicolcheias repetidas, batendo colcheias na linha de baixo, saltos brucos nos temas, faz uma pausa repentina (fermatas), silêncios, marcas dinâmicas exageradas ... e todas estas características ... aparecem em grande escala na sinfonia Sturm und Drang, nº. 25 em Sol menor (K. 183) de 1773, de Mozart. " Esse tipo de estilo também aparece em Joseph Haydn, Sinfonia 83 em Sol menor,The Hen (1785), e Sonata em Sol menor, Op.34, No.2 de Muzio Clementi, cerca de 1795".

Tal foi o sucesso que dentro de alguns anos depois das suas sinfonias terem sido escritas, estavam sendo apresentadas em todo o mundo, mesmo num país  como os Estados Unidos. Na vida ele raramente passou de Viena, onde também foi um professor activo.

OBRAS

4 Sinfonie Concertanti (Paris, 1775)
A favourite Concerto for the German flute or Vl. (London, ca. 1775)
6 concertos for Harspichord:
1 Concerto for Harps. (Wien, 1785)
2 Concertos for Harps. (London, 1788)
1 Concerto for Harps. (Offenbach, 1789)
1 Concerto for Harps. (Mainz, 1880)
1 Concerto for Harps. (Wien, 1808)
1 Concertino for Harpsichord (Wien, s.a.)
5 Concertos for Flute (Paris, s.a.)

Concertos: Manuscripts
1 Concerto for Cravo e Violino
Muitos concertos para Cravo ou Piano (o número exacto é ainda descnhecido)
2 Concertos for Harpsichord or Organ
1 Concerto para Órgão
1 Concerto para 2 Violinos
5 Concertos para Violino
1 Concerto para Violoncelo
2 Concertos para Flauta:
(MS 1-D major:
(MS 2-E flat major
1 Concerto para Viola
1 Concerto para Contrabaixo
1 Concerto para Clarinete
1 Concerto para 2 Fagotes
1 Concerto para Fagote
Violoncelo concerto in A major
Concerto para 2 fagotes e orquestra
Flauta concerto No. 1
Flauta concerto No. 2

Symphonies
4 Symphonies Op. 10 (Paris, 1771-72)
3 Symphonies Op. 10 (Paris, 1773)
3 Symphonies Op. 16 (Paris, 1773)
2 Symphonies Op. 17 (Paris, 1773)
1 Symphony (Paris, 1778)
3 Symphonies Op. 10 (Amsterdam, ca. 1783)
1 Symphony Op. 10 (Offenbach, s.a.)
34 Symphonies Périodiques (Amsterdam)

Symphonies: selection of best known symphonies
Symphony in A major Bryan A9
Symphony in A flat major Bryan As1
Symphony in B major Bryan B3
Symphony in C major Bryan C3
Symphony in C major (Comista) Bryan C11
Symphony in D major Bryan D2
Symphony in D major Bryan D4
Symphony in D major Bryan D17
Symphony in G major Bryan G6
Symphony in G major Bryan G8
Symphony in G major Bryan G11
Symphony in a minor Bryan a2
Symphony in c minor Bryan c2
Symphony in d minor Bryan d1
Symphony in d minor Bryan d2
Symphony in e minor Bryan e1
Symphony in g minor Bryan g1
Symphony in g minor Bryan g2

Chamber Music

Piano quartets:
Piano quartet in E flat major Op. 40 No. 1
Piano quartet in G major Op. 40 No. 2
Piano quartet Op. 40 No. 3

Oboe quartets:
Oboe quartet Op. 7 No. 1
Oboe quartet Op. 7 No. 2
Oboe quartet Op. 7 No. 3
Oboe quartet Op. 7 No. 4
Oboe quartet Op. 7 No. 5
Oboe quartet Op. 7 No. 6

Caper quartet:
Caper quartet in G major Op. 4 No. 1

Trio:
Trio Op. 20 No. 1
Trio Op. 20 No. 2
Trio Op. 20 No. 3

Viola sonatas:
Viola sonata Op. 5 No. 1
Viola sonata Op. 5 No. 2
Viola sonata Op. 5 No. 3
Viola sonata Op. 5 No. 4

Operas
Il Demofoonte (Metastasio; Roma, 1770)
Il trionfo di Clelia (Metastasio; Roma, 1770)

Sacred Music

Published Sacred Music
2 Masses (C major and G major, Wien, s.a.)
2 Offertories (Wien, s.a.)
Pange Lingua (Wien, s.a.)
IV breves et faciles Hymni in honorem SS. Altari Sacramenti (Wien, s.a.)

Sacred Music: Manuscripts

58 Masses:
MS 1-G major Missa Pastoralis ca. 1782
MS 2-C major Missa Solemnis ca. 1778
1 Credo
Kyrie and Gloria
54 Offertories
16 Salve Regina
10 litanies
14 motets
Stabat Mater
Te Deum
Tantum ergo
Pange Lingua
Quatro stationi
Sacrum Solenne
31 arias

Para ouvir

VAN OTTERLOO, JIAN WILLEM

Jan Willem van Otterloo (27 de dezembro de 1907 - 27 de julho de 1978) foi um maestro holandês, violoncelista e compositor.

Van Otterloo nasceu em Winterswijk, na Holanda, filho de William Frederik van Otterloo, inspector de transporte ferroviário, e de sua esposa Anna Catharina Enderle. Classificou para estudar medicina na Universidade de Utrecht, mas passou a estudar violoncelo e composição no Conservatório de Amesterdão. Ao tocar com uma violoncelista no Stedelijk Utrecht Orkest, ele ganhou um prémio de composição da Concertgebouw Orchestra pela sua Suíte n º 3, que apresentou na sua estreia de direcção, em 1932, também com aquela orquestra. Ocupou postos com na Stedelijk Utrecht Orkest, antes de ser nomeado maestro principal da Orkest Residentie em  Hague (1949-1973).

Passou 11 anos na Austrália. De 1967 a 1970 foi maestro principal da Orquestra Sinfónica de Melbourne e em 1971 foi nomeado maestro principal da Orquestra Sinfónica de Sydney, onde permaneceu até 1978.

Particularmente valorizado pelas suas interpretações de músicas mais novas, fez gravações, principalmente para a Philips Records, com Residentie Orkest, Concertgebouworkest, Filarmónica de Berlim, a Filarmónica de Viena, Sinfónica de Viena, a Orquestra Lamoureux e a Sinfónica de Sydney.

Morreu em East St Kilda, Melbourne, em 1978, dos ferimentos sofridos num acidente automobilístico. Isso ocorreu não muito tempo depois da sua actuação de despedida com a Orquestra Sinfónica de Sydney. O seu corpo foi levado para Haia para a cremação. 

Van Otterloo era casado e divorciou-se quatro vezes na Holanda. Casou com Elisabeth ter Hoeve em 1 de agosto de 1935 e divorcou-se em 1938. Em 22 de abril de 1941 ele  casou com Anette Jacoba Heukers Adriana, com quem, em dezembro daquele ano ele teve um filho, Rogier van Otterloo (1941-1988), que se tornaria também um maestro conhecido na Holanda. Ele e Anette divorciaram-se em abril de 1943, mas voltaram a casar-se em 28 de abril de 1944. Tiveram outro filho e duas filhas, mas divorciaram-se novamente em 20 de setembro de 1954. Dez dias depois casou com Maria Anna Susanne Wildmann com quem teve outra filha. Um mês depois de seu quarto divórcio,  casou com Carola Gertie Ludewig (1945) em 12 de agosto de 1970 na Austrália.

Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=dmO4qb5fgJI

KEMP, MICHAEL

Sir Michael Tippett Kemp (2 de janeiro de 1905 - 8 de Janeiro de 1998) foi um dos compositores mais britânicos do século XX.
Tippett nasceu em Londres. A sua mãe era  assistente social e uma sufragista,  e ele era  primo do líder sufragista Charlotte Despard.

Apesar de ter gostado da sua infância, depois de perder o seu negócio de hotelaria no sul da França, os seus pais decidiram viajar e viver no continente. Eles tinham Michael e o seu irmão a frequentar colégios em Inglaterra. Naquela época, Tippett ganhou uma bolsa e estudou na Fettes College, Edimburgo, mas logo se mudou para Stamford School depois de alguma infeliz experiência pessoal.

Isso, combinado com a descoberta de sua homossexualidade, contribuiu para tornar  a adolescência de Tippett solitária e um pouco oprimente. Embora ele fosse aberto sobre a sua orientação sexual, começou a sentir a tensão emocional de uma idade precoce. Isto, mais tarde, tornou-se a principal motivação para a composição. Antes do seu tempo em Stamford, Tippett quase não teve contacto com a música ou treinamento formal. Ele lembrou que, em Stamford, onde teve aulas de piano e viu Malcolm Sargent na condução, decidiu tornar-se compositor, embora ele não soubesse o que queria dizer ou como começar.

Tippett matriculou-se como estudante no Royal College of Music, onde estudou composição com Charles Wood e Kitson CH. Os ensinamentos dos formadores no contraponto tiveram profunda influência sobre o futuro estilo de composição de Tippett; muitas de suas obras, apesar da sonoridade complicada, são essencialmente contrapontística. No R.C.M., Tippett também estudou regência com Adrian Boult e Malcolm Sargent. Na década de 1920, vivendo simplesmente, em Surrey, ele mergulhou na vida musical, regência de corais e óperas amadoras locais. Mais tarde, leccionou na Faculdade Morley.

Ao contrário dos seus contemporâneos, William Walton e Benjamin Britten, Tippett teve um desenvolvimento tardio como compositor. Ele era auto-crítico de suas primeiras composições. Aos 30 anos de idade, estudou contraponto e fuga com Reginald Owen Morris. As suas primeiras composições maduras revelam um fascínio por estes aspectos. Tippett regeu a orquestra Pageant of Labour no Palácio de Cristal em 15-20 outubro 1934.

Formalmente membro do Partido Comunista, em 1935 Tippett deixou-o para se juntar ao grupo trotskistaBolchevique-Leninista. Rapidamente se mudou para o pacifismo e juntou-se à Peace Pledge Union. Na Segunda Guerra Mundial, registou-se como objector de consciência, mas recusou-se a aceitar uma condição e que teria  que desistir de sua obra em musical no Morley College. Como resultado, ele foi condenado a três meses de prisão Wormwood Scrubs, que ele meticulosamente mencinou no lançamento de Who's Who. Mais tarde, foi presidente daPeace Pledge Union. Um de seus últimos atos públicos foi desvelar a Commemorative Stone to Conscientious Objectors em Tavistock Square, Bloomsbury, de Londres, em 15 de Maio de 1994,  Dia International dos Objectores de Consciência.

De meados dos anos 1960 até início dos anos 1970, Tippett tinha uma relação estreita com  Leicestershire Schools Symphony Orchestra (LSSO), conduzindo-a regularmente no Reino Unido e em turnê na Europa. Apoiou o programa estatal para financiamento da educação musical que tinha produzido uma orquestra padrões elevados. Conduziu a LSSO quase exclusivamente com música do século XX, incluindo os Planetas de Gustav Holst, Três Lugares na Nova Inglaterra de Charles Ives, Rhapsody in Blue de Gershwin, Symphonic Metamorphoses sobre temas de Weber de Hindemith, e muitas novas obras de compositores ingleses. Sob a regência de Tippett, a  LSSO, uma orquestra de crianças do ensino secundário normal entre 14 e 18 anos, actuou regularmente realizado na BBC rádio e TV, fez registos comerciais, e estabeleceu novos padrões para fazer música em um contexto educacional. Muitos outros músicos britânicos tiveram a sua primeira experiência de execução de música orquestral na LSSO de Tippett.

Tippett foi condecorado em 1966, e recebeu a Ordem do Mérito em 1983. Ele permaneceu muito activo na composição e regência. A sua ópera, Ano Novo, fez a sua Também publicou sua autobiografia, Those Twentieth Century Blues, em 1991. O seu quinto String Quartet foi estreado em 1992.

Em 1995 Tippett foi homenageado no seu 90 º aniversário com eventos especiais na Grã-Bretanha, o Canadá e os E.U., incluindo a estreia de seu último trabalho, O Lago Rosa. Nesse ano, uma colecção dos seus ensaios, Tippett em Música, também apareceu.

Em 1996, Tippett mudou-se de Wiltshire para Londres. Em 1997, enquanto em Estocolmo, para uma retrospectiva da sua música de concerto, desenvolveu uma pneumonia. Ele foi levado para a Inglaterra, onde morreu no início de 1998.

OBRAS

De Palco
Robin Hood (ballad opera, 1934)
The Midsummer Marriage (opera, 1946-52)
King Priam (opera, 1958-61)
The Knot Garden (opera, 1965-70)
The Ice Break (opera, 1975-76)
New Year (opera, 1985-88)

Orchestral

Symphonies
Symphony No. 1 (1944-45)
Symphony No. 2 (1956-57)
Symphony No. 3 (1970-72)
Symphony No. 4 (1976-77)
Concerto for Double String Orchestra (1938-39)
Little Music for Strings (1946)
Suite in D (written for the birthday of Prince Charles, 1948)
Variation on an Elizabethan Theme (1953, part of a collaborative work composed by Arthur Oldham, Tippett, Lennox Berkeley, Benjamin Britten, Humphrey Searle, and William Walton)
Fantasia Concertante on a Theme of Corelli (string orchestra, 1953)
Divertimento on Sellinger's Round (chamber orchestra, 1953-54)
Concerto for Orchestra (1962-63)
Severn Bridge Variation (1966, part of a collaborative work composed by Malcolm Arnold, Alun Hoddinott, Nicholas Maw, Daniel Jones, Grace Williams and Tippett)
The Rose Lake (1991-93)

Concertante
Fantasia on a Theme of Handel (piano and orchestra, 1939-41)
Piano Concerto (1953-55)
Triple Concerto (violin, viola, cello and orchestra, 1978-79)

Choral/Vocal
A Child of Our Time (oratorio, 1939-41)
The Source (1942)
The Windhover (1942)
Boyhood's End (Cantata for tenor and piano, 1943, premièred by Benjamin Britten and Peter Pears)
Plebs Angelica (1943)
The Weeping Babe (1944)
The Heart's Assurance (tenor and piano, 1951, premièred by Benjamin Britten and Peter Pears)
Dance, Clarion Air (A Madrigal for Five Voices, 1952)
4 Songs from the British Isles (1956)
Crown of the Year (cantata, 1958)
Hymn: Unto the hills [Wadhurst] (1958)
Music [Words for Music, Perhaps] (1960)
Lullaby (1960)
Magnificat and Nunc Dimittis Collegium Sancti Johannis Cantabrigiense (choir and organ, 1961), commissioned by George Guest for the Choir of St John's College, Cambridge.
Songs for Ariel (high voice and piano, 1962)
Songs for Achilles (tenor and guitar, 1961, premièred by Peter Pears, tenor and Julian Bream, guitar; related to King Priam).
The Vision of St Augustine (baritone, chorus and orchestra, 1963-65)
The Shires Suite (orchestra and chorus, 1965-70, written for the Leicestershire Schools Symphony Orchestra - see external links below).
Songs for Dov (tenor and chamber orchestra, 1970, related to The Knot Garden).
The Mask of Time (oratorio, 1980-82).
Byzantium (soprano and orchestra, 1988-90).

Chamber/Instrumental
String Quartets
String Quartet No. 1 (1934-35, revised 1943)
String Quartet No. 2 in F sharp (1941-42)
String Quartet No. 3 (1945-46)
String Quartet No. 4 (1977-78)
String Quartet No. 5 (1990-91)

Piano Sonatas
Piano Sonata No. 1 (1936-37, revised 1942 and 1954), originally entitled Fantasy Sonata
Piano Sonata No. 2 (1962)
Piano Sonata No. 3 (1972-73)
Piano Sonata No. 4 (1983-84)
Sonata for Four Horns (1955)
The Blue Guitar (solo guitar, 1982-83) (Performer's Guide to Michael Tippett's The Blue Guitar Doctoral Thesis by Orlando Roman).
Preludio al Vespro di Monteverdi (Organ Solo, 1946)

Band
Praeludium (brass, bells and percussion, 1962).
Festal Brass with Blues (1984).

Para ouvir

sábado, 20 de fevereiro de 2010

TELEMANN, GEORGE

George Philipp Telemann (Magdeburgo, 14 de março de 1681 — Hamburgo, 25 de junho de 1767) foi um compositor e músico alemão. Já aos dez anos, Telemann sabia tocar vários instrumentos e escrevia diversas obras. Aos 21 anos, tornou-se director musical da ópera de Leipzig e aos 23 tornou-se organista de uma igreja.

Teleman publicou a maior parte da sua música, em especial um grupo de 72 cantatas e os três grupos de Musique de table, que são suas obras mais famosas, cada qual incluindo um concerto, uma suíte e várias peças de câmara. Durante a sua vida, dedicou-se para que a música fosse difundida e também publicou diversas obras de carácter didáctico, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado, entre outros.

Teleman foi o compositor mais famoso da Alemanha, pois compôs em todas as formas e estilos existentes na sua época. Em qualquer estilo, a sua música tem um carácter inconfundível, sendo clara e fluindo levemente. Apesar de ser apenas quatro anos mais velho do que os seus contemporâneos Bach e Haendel, utilizou um estilo muito mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo musical clássico. Entre os diversos gêneros musicais que compôs, destacam-se a sua Música vocal sacra, sendo notável o extraordinário número de cantatas (aproximadamente 1700), a Música vocal secular, dentre as quais figuram nove óperas, a Música orquestral, a Música de câmara e a Música para teclado.

Filho e neto de pastores luteranos, não tinha ainda quatro anos de idade quando perdeu seu pai. Ainda jovem apresentou grande facilidade em diversos temas, inclusive a música. Por mais que tentasse, a sua família não conseguia mantê-lo distante dessa arte, bastava mandá-lo para uma escola que ali ele encontrava oportunidade de estar perto da música. Tomou algumas lições de cravo, mas demonstrou grande impaciência devido ao “estilo arcaico de seu professor”. Telemann, na sua impetuância juvenil, não tinha nenhum respeito com o passado. Assim, supõe-se que não tenha aprendido nada com mestres e sim por si próprio e através de livros. Foi um dos compositores mais prolixos de todos os tempos, escreveu muito, tanto música sacra quanto música secular, incluindo óperas. Dentre o seu catálogo se encontram 1.700 cantatas eclesiásticas, 27 Paixões, 6 oratórias, 17 missas, 9 óperas, canções, música instrumental, e muito mais. Como se não bastasse, escrevia ao estilo italiano, ao estilo francês (novo estilo), e ao estilo germânico, mais austero (velho estilo), do qual saíram compositores como Bach, Mozart, Beethoven e Brahms. Apesar de ser quatro anos mais velho que Bach e Haendel, foi um tanto mais ousado que estes, o que lhe gerou grande fama em toda a Europa de seu tempo, sendo assim mais famoso que seus contemporâneos na sua época.

Em 1701, por imposição de sua mãe, segue para Leipzig com a finalidade de estudar direito e abandonar a música. A música perseguia-o e já no caminho para Leipzig conhece o jovem Haendel. Era impossível esconder  o seu talento, assim, novamente, encontrou em Leipzig oportunidades mais interessantes na música, abandonando definitivamente a carreira universitária, fundando ali o Collegium Musicum, formado por quarenta estudantes. Instituição, conhecida pelo nome de Colegium Telemanniano, que passou a ser dirigido, a partir de 1729, por Johann Sebastian Bach.

Em 1704 foi nomeado organista e mestre de capela da Neue Kirche. Em 1705 entrou para o serviço da corte do conde Erdmann Von Promnitz, que residia em Sorau onde escreveu cerca de duzentas aberturas francesas para a capela musical da corte. De Sorau mudou-se, acompanhando a corte, para Pless, Alta Silésia e Cracóvia, onde conheceu a música popular polaca. No ano de 1706 regressa à Alemanha, mudando-se para a cidade de Eisenach, o centro da música alemã, sendo nomeado director de concertos e mestre-de-capela. Ali, Telemann escreveu um grande número de cantatas profanas e obras instrumentais, em especial sonatas a trio, iniciando também a composição de cantatas religiosas.

Em 1712, trocou o serviço da corte por outras funções artísticas em Frankfurt. Foi contratado para dirigir a música em duas igrejas: a de Barfüsser e a de Santa Catarina. Como secretário da Sociedade Frauenstein, reorganizou o Collegium Musicum de acordo com suas ideias e, no ano seguinte, apresentou numerosas peças instrumentais. Apesar da magnífica posição que tinha em Frankfurt, mudou-se para Hamburgo em 1715. Em 1722 começou a dirigir a Ópera de Hamburgo, que estava em crise, e conseguiu animar a vida musical desta cidade, permitindo o acesso de todos os cidadãos (e não apenas os nobres) aos concertos, mediante o pagamento de uma entrada. Em 1737 deslocou-se a Paris, onde morou por oito meses, porque “é em Paris que os artistas encontram a consagração, não somente os franceses, mas também os estrangeiros encontram ali a glória ou a fulminação. Um músico só seria músico se tivesse sua apoteose em Paris. Nem Mozart escapa desse estigma”. Telemann encontra ali sua consagração internacional. A partir de 1740, sua actividade como compositor diminuiu. Morre em Hamburgo, no dia 25 de junho de 1767, aos 86 anos de idade.

Entre suas obras mais memoráveis estão Nouveaux Quatuors en Six Suites, Musique de Table e Bourlesque de Quixotte.

Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=Pxrdyu5bZq8&NR=1

TCHAIKOVSKY, PIOTR

Piotr Ilitch Tchaikovsky, Kamsko-Wotkinski Sawod, actual Tchaikovsky, 7 de maio de 1840 - São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo.

Embora não faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) de compositores nacionalistas daquele país, a sua música tornou-se conhecida e admirada pelo seu carácter distintamente russo, bem como pelas suas ricas harmonias e vivas melodias. As suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas do que aquelas dos seus compatriotas, uma vez que ele utilizava elementos internacionais ao lado de melodias populares nacionalistas russas. Tchaikovsky, assim como Mozart, é um dos poucos compositores aclamados que se sentia igualmente confortável escrevendo óperas, sinfonias, concertos e obras para piano.

Piotr Ilich Tchaikovsky nasceu em Maio de 1840, na cidade de Kamsko-Votkinsk, na Rússia, filho de um engenheiro de minas ucraniano chamado Ilya com sua segunda esposa, Alexandra, de ascendência francesa.

Desde cedo Tchaikovsky se interessou pela música. O seu primeiro contato foi aos cinco anos com um velho órgão mecânico que havia em sua casa, onde aprendeu algumas árias da moda ajudado por sua mãe.

Em 1848 a família fixa-se em São Petersburgo, onde o compositor toma as primeiras aulas teóricas musicais com diversos professores particulares, entre eles o maestro Filipov.

Mas em 1850 os desejos da família eram que fosse advogado. Foi para a Escola de Direito de São Petersburgo onde cursou até 1859, mostrando-se um estudante muito aplicado, e antes mesmo de se formar foi empregado como funcionário do Ministério da Justiça.

Em 1854 morre sua mãe. Facto que, segundo alguns biógrafos e estudiosos de sua vida, o marcou profundamente.

Em 1863 Tchaikovsky decide dedicar-se inteiramente à carreira musical. Opondo-se totalmente às expectativas da família, abdica da carreira jurídica e matricula-se no Conservatório de São Petersburgo, onde permanece três anos. É no Conservatório que Tchaikovsky tem contacto com as obras dos grandes mestres alemães, bem como com composições de Glinka, Meyerbeer, Schumann e Liszt. Foi aluno de Anton Rubinstein em orquestração, e de Nikolai Zaremba em composição.

Em 1866 é convidado por Nikolai Rubinstein, irmão de Anton Rubinstein e director do Conservatório de Moscovo, para dar aulas de Teoria Musical e Composição. Foi professor até 1878.

Em 1867 foi um dos designados pelo Conservatório de Moscovo para receber oficialmente Hector Berlioz na sua viagem à Rússia.

Em 1868 trava contacto com o Grupo dos Cinco, movimento nacionalista russo que compatilhava do ideal de criar uma música fundada sobre o folclore nacional, contra a tutela e influência das escolas francesa e italiana. O grupo era formado pelos compositores Mily Balakirev, César Cui, Modest Mussorgski, Aleksandr Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov.

Em 1875 viaja pela Europa e conhece em Paris Saint-Saëns, Franz Liszt, Georges Bizet e Jules Massenet.

Em 1876, Nikolai Rubinstein apresenta o compositor à baronesa Nadyezhda von Meck, que se sente profundamente atraída pela obra de Tchaikovsky. Incialmente a baronesa  incumbe-o de algumas transcrições para violino e piano, mas em seguida se converte em mecenas de Tchaikovsky, sob a única condição de comunicarem-se somente por carta. Essa correspondência durou quatorze anos, sem nunca se terem visto. O mecenato resguardou Tchaikovsky de dificuldades financeiras durante esse tempo. (A Sinfonia nº4 em Fá Menor, opus 36, é dedicada a baronesa) Nesse mesmo ano de 1876 recebe o encargo de coreógrafo do Teatro Bolshoi de Moscovo, onde nasce o ballet O Lago dos Cisnes.

Em carta de 1876 a seu irmão, confessa estar atormentado por tendências homossexuais desde a juventude, e que faria tudo o que fosse possível para se casar e afastar todos os rumores que o incomodavam. Em 1877 casa-se com uma aluna do Conservatório de Moscovo, Antonina Miliukova. Matrimónio que desde o início fora um suplício. Inicialmente porque sua esposa não se interessava pelas suas composições e projectos artísticos.

O mecenato da baronesa von Meck possibilitava a Tchaikovsky dedicar-se exclusivamente à composição, então, em 1878, deixa a sua cátedra no Conservatório de Moscovo.

Em 1880 Nikolai Rubinstein incumbe-o de compor uma abertura sinfónica-coral de tema patriótico, prevista para a inauguração da uma exposição em Moscovo: nasce a Abertura 1812.

Em 1892 já não conta mais com a ajuda da baronesa von Meck. A sua irmã Alexandra morre. E aos cinqüenta anos tem a aparência de um homem muito mais velho.

Em junho de 1893, Tchaikovsky recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambrigde. Em outubro do mesmo ano a sua saúde agrava-se profundamente. Dia 6 de Novembro de 1893 Tchaikovsky morre aos 53 anos, em São Petersburgo.


OBRAS
op.1 Duas peças para piano
op.2 Souvenir de Hapsal para piano
op.3 O Voyevoda (ópera)
op.4 Valsa para piano
op.5 Romance para piano
op.6 Seis canções
op.7 Valsa – scherzo para piano
op.8 Capriccio para piano
op.9 Trois morceaux para piano
op.10 Deux morceaux para piano
op.11 Quarteto para cordas Nº 1
op.12 A dama de neve, música incidental
op.13 Sinfonia Nº 1 “Sonhos de Inverno”
op.14 Vakula, o ferreiro ; ópera
op.15 Abertura festival sobre o Hino nação da Dinamarca
op.16 Seis canções
op.17 Sinfonia Nº 2 “Pequena Rússia”
op.18 A tempestade, fantasia sinfónica
op.19 Six morceaux para piano
op.20 O Lago dos Cisnes, balé em 4 actos
op.21 Six Morceaux, composés sur un seul theme para piano
op.22 Quarteto para cordas Nº 2
op.23 Concerto para piano e orquestra Nº 1
op.24 Eugene Onegin, ópera
op.25 Seis canções
op.26 Serenata melancólica para violino e orquestra
op.27 Seis canções
op.28 Seis canções
op.29 Sinfonia nº 3 "Polônia"
op.30 Quarteto para cordas Nº 3
op.31 Marcha Eslava para orquestra
op.32 Francesca da Rimini (fantasia sinfónica)
op.33 Variações em um tema rococó para violoncelo e orquestra
op.34 Valsa - scherzo para violino e orquestra
op.35 Concerto para violino e orquestra
op.36 Sinfonia Nº 4
op.37a Sonata para piano Nº 1 “Grande Sonata”
op.37b As estações para piano
op.38 Seis canções
op.39 Album pour Enfants: 24 pièces faciles para piano
op.40 Doze morceaux (difficulté moyenne) para piano
op.41 Liturgia de São João Crisóstomo, coro a cappella
op.42 Souvenir d'un lieu cher para violino e piano
op.43 Suíte orquestral Nº 1
op.44 Concerto para piano e orquestra Nº 2
op.45 Capricho italiano para orquestra
op.46 Seis duetos
op.47 Sete canções
op.48 Serenata para cordas
op.49 Abertura 1812
op.50 Trio para piano
op.51 Six morceaux para piano
op.52 Vigília da véspera, coro a cappella
op.53 Suíte orquestral Nº 2
op.54a Dezesseis canções infantis
op.54b Lenda, arranjo de uma canção solo para coro a cappella
op.55 Suíte orquestral Nº 3
op.56 Concerto-fantasia para piano e orquestra
op.57 Seis canções
op.58 Sinfonia “Manfredo”
op.59 Dumka: Cena rústica russa para piano
op.60 Doze canções
op.61 Suíte orquestral Nº 4 “Mozartiana”
op.62 Pezzo capriccioso para violoncelo e orquestra
op.63 Seis canções
op.64 Sinfonia Nº 5
op.65 Seis canções francesas
op.66 A Bela Adormecida, balé de um prólogo e 3 actos
op.67a Hamlet, abertura fantasia
op.67b Hamlet, música incidental
op.68 Rainha de Espadas, ópera
op.69 Iolanta, ópera
op.70 Souvenir de Florence, (sexteto para cordas)
op.71a O Quebra-Nozes, balé
op.71b O Quebra-Nozes, suíte do balé
op.72 Dix-huit morceaux para piano
op.73 Seis canções
op.74 Sinfonia Nº 6 “Patética”
op.75 Concerto para piano e orquestra Nº 3
op.76 A tempestade
op.77 Fatum, poema sinfónico
op.78 O Voyevoda, balada sinfónica
op.79 Andante e finale para piano e orquestra (inacabado)
op.80 Sonata para piano Nº 2

Para ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=XgMETgRDG34

TÁRREGA, FRANCISCO

Francisco de Asís Tárrega y Eixea, (21 de novembro de 1852 - 15 de Dezembro de 1909) foi um influente compositor e violonista espanhol.

Tárrega nasceu em 21 de Novembro de 1852, em Villarreal, Castellón, Espanha. Diz-se que o pai de Francisco foi tocador de flamenco e de vários outros estilos de música com a sua guitarra. Quando seu pai estava ausente a trabalhar como vigia no Convento de San Pascual, a criança pegava na guitarra de seu pai e tentava fazer os belos sons que ele ouvia. O diminutivo de Francisco em criança era "Quiquet".

Uma infecção permanentemente prejudicou a  sua visão e quando a família se mudou para Castellón a criança foi matriculada em aulas de música. Ambos os seus professores de música em primeiro lugar, Eugeni Ruiz e Manuel González, eram cegos. Em 1862, o guitarrista Julián Arcas, em turnê em Castellón, ouviu o jovem Tárrega tocar e avisou o pai para permitir Francisco de ir para Barcelona para estudar com ele. Tárrega pai concordou, mas insistiu que seu filho iria ter também aulas de piano. A guitarra era vista como um instrumento para acompanhar cantores, enquanto o piano era "moda" em toda a Europa. No entanto, Tárrega teve que parar as suas aulas pouco depois, quando Arcas o deixou para uma turnê no exterior. Apesar de Tárrega ter apenas dez anos de idade, ele fugiu e tentou iniciar uma carreira musical por conta própria, tocando em cafés e restaurantes em Barcelona. Logo foi encontrado e trazido de volta a seu pai, que teve que fazer grandes sacrifícios para promover a educação musical do filho.

Três anos depois, em 1865, ele fugiu novamente, desta vez para Valência, onde se juntou a um bando de ciganos. Seu pai procurou-o e trouxe-o de volta para casa mais uma vez, mas ele fugiu pela terceira vez, novamente para Valência. No início da adolescência, Tárrega era proficiente no piano e na guitarra. Por um tempo, ele tocou com outros músicos em compromissos locais para ganhar dinheiro, mas finalmente voltou para casa para ajudar a sua família.

Tárrega ingressou no Conservatório de Madrid em 1874, sob o patrocínio de um rico comerciante chamado Antonio Canesa. Tinha trazido junto com ele uma guitarra que recentemente tinha comprado, feita em Sevilha por Antonio de Torres. As suas superiores qualidades sonoras inspiraram tanto o seu modo de tocar  como a potencial capacidade de composição do instrumento. No conservatório, estudou composição com  Emilio Arrieta que o convenceu a concentrar-se na guitarra e abandonar a ideia de uma carreira com o piano.

No final da década de 1870, Tárrega estava ensinando guitarra (Emilio Pujol e Miguel Llobet, assim como Daniel Fortea, 1878-1953, eram alunos seus) e dando concertos regulares. Tárrega recebia muitos elogios por tocar e começou a viajar para outras zonas de Espanha para actuar. Nessa altura, estava compondo as suas primeiras obras para violão, que tocou além de obras de outros compositores.

Durante o inverno de 1880, Tárrega substituiu o seu amigo Luis de Soria, num concerto em Novelda, Alicante, onde, após o concerto, um homem importante na cidade pediu ao artista para ouvir a sua filha, María José Rizo, que estava aprendendo a tocar guitarra. Em breve foram contratados.

Em 1881, Tárrega tocou no Teatro da Ópera de Lyon, e em seguida, no Odeon de Paris, no bicentenário da morte de Pedro Calderón de la Barca. Também tocou em Londres, mas ele não gostava nem da língua nem do tempo. Há uma história sobre sua visita à Inglaterra. Depois de um concerto, algumas pessoas viram que o músico estava com o moral em baixa. "Qual é o problema, maestro?" perguntaram-lhe. "Do you miss home?" Sua família, talvez? Aconselharam-no a capturar esse momento de tristeza na sua música. Assim, ele concebeu o tema de um de seus trabalhos mais memoráveis, Lágrima. Depois de tocar em Londres, voltou para Novelda para o seu casamento. No Natal de 1882 Tárrega casou com Maria José Rizo.

Para ampliar o seu repertório de guitarra, logo começou a transcrever obras para piano de Beethoven, Chopin, Mendelssohn e outros, e, sem dúvida, a fazer uso do seu conhecimento considerável de música para teclado. Tárrega e sua esposa mudaram-se para Madrid, ganhando o seu sustento através do ensino privado e dos concertos, mas após a morte de uma filha recém-nascida durante o inverno, Josefa Maria de los Angeles Tárrega Rizo, estabeleceram-se definitivamente em Barcelona, em 1885. Entre os seus amigos em Barcelona estavam Isaac Albéniz, Enrique Granados, Joaquín Turina e Pablo Casals.

Francisco Tárrega e Maria José (María Josefa) Rizo tiveram mais três filhos. Paquito (Francisco), Maria Rosatia (Maria Rosália) (mais conhecida como Marieta) e Concepción. Numa turnê em Valência, pouco depois, Tárrega conheceu uma viúva rica, Conxa Martinez, que se tornou patrono valiosa para ele. Ela permitiu que ele e sua família utilizassem uma casa em Barcelona, onde iria escrever a maior parte das suas obras mais populares. Mais tarde, ela levou-o a Granada, onde o guitarrista concebeu o tema para o seu famoso Recuerdos de la Alhambra, que ele compôs no seu regresso e dedicado ao seu amigo Alfred Cottin, um francês que tinha arranjado concertos para si em Paris.

De 1880 até 1903, Tárrega continuou compondo, mas limitou os seus concertos a Espanha. Em 1900, Tárrega visitou Argel, onde ouviu um ritmo repetitivo tocado num tambor árabe. Na manhã seguinte compôs o seu famoso Danza Mora com base nesse ritmo. Cerca de 1902, criou um som que se tornaria um exemplo típico dos guitarristas associado com a sua escola. No ano seguinte, saiu em turnê para a Itália, dando concertos de grande sucesso em Roma, Nápoles en Milão.

Em janeiro de 1906, ele sofria de paralisia no seu lado direito, e embora tivesse voltado ao palco, nunca se recuperou completamente. Terminou a sua última obra, Oremus, em 2 de Dezembro de 1909. Morreu em Barcelona, treze dias depois, no dia 15 de Dezembro, com a idade de 57 anos.

Como compositor Tárrega era um conservador, o seu estilo era semelhante ao das tendências gerais na segunda metade do século XIX. Virtuoso no seu instrumento, ele era conhecido como o Sarasate "da guitarra".

Considera-se que Tárrega estabeleceu as bases para a guitarra clássica do século XX e para o crescente interesse na guitarra como um instrumento considerado. Tárrega preferiu pequenas e íntimaa actuações sobre o palco de concertos.

Para ouvir

TALLIS, THOMAS

Thomas Tallis (1505 - 23 de novembro de 1585) foi um compositor inglês. Tallis evidenciou-se como músico de igreja no século 16 (período Tudor) em Inglaterra. Ele ocupa um lugar primordial nas antologias da música de igreja inglesa, e é considerado entre os melhores jovens compositores da Inglaterra. É distinguido pela sua voz original no campo da musicalidade inglesa.

Pouco se sabe sobre a vida de Tallis, mas parece haver consenso de que ele nasceu no início do século XVI, para o fim do reinado de Henry VII. A sua primeira nomeação conhecida para uma posição musical foi como organista de Dover Priory em 1530-31, um convento beneditino em Dover (agora Dover College) em 1532. A sua carreira levou-o a Londres, e depois (provavelmente no Outono de 1538) para o mosteiro agostiniano de Santa Cruz, em Waltham, até a abadia ser dissolvida em 1540. Tallis adquiriu um volume na dissolução do mosteiro de Waltham Holy Cross e preservou-o, um dos tratados que foi escrito por Leonel Power (um dos maiores compositores do século XV), e o próprio tratado proíbe uníssonos consecutivos, quintas e oitavas. 

O cargo seguinte de Tallis foi na Catedral de Cantuária. Foi enviado para a Corte como Gentleman da Capela Real em 1543 (que mais tarde se tornou um estabelecimento protestante), onde compôs e executou para Henry VIII, Edward VI (1547-1553), Queen Mary (1553 -1558), e para a rainha Elizabeth I (de 1558 até  à morte de Tallis em 1585).  Ao longo do seu serviço a sucessivos monarcas como organista e compositor, Tallis evitou as controvérsias religiosas que se desenrolavam ao redor dele, embora, como William Byrd, ele ficou conhecido como "reformador católico romano". Tallis foi capaz de mudar o estilo das suas composições para atender às várias exigências dos diferentes monarcas. Entre outros compositores importantes da época, incluindo Christopher Tye e Robert White, Tallis destacou-se. Tallis também foi professor, não só de William Byrd, mas também de Elway Bevin, um organista da Catedral de Bristol e cavalheiro (Gentleman) da Capela Real.

Tallis casou-se cerca de 1552. A sua esposa, Joan, sobreviveu-lhe por quatro anos. Aparentemente não tinham filhos. No final de sua vida viveu em Greenwich, possivelmente perto do palácio real: uma tradição local afirma que ele viveu em Stockwell Street.

A rainlhha Mary concedeu a Tallis um contrato de locação duma mansão em Kent, que lhe proporcionou uma renda confortável anual. Em 1575, a rainha Elizabeth concedeu a ele e a William Byrd o monopólio de vinte e um anos para a música polifónica e uma patente para imprimir música e o monopólio de Tallis abarcava"songes conjunto ou em partes", e compôs em Inglês, latim, francês, italiano ou noutras línguas com quanto elas serviram  a música de Igreja ou de câmara. Tallis tinha direitos exclusivos de imprimir qualquer música, em qualquer idioma. Ele e William Byrd foram os únicos autorizados a utilizar o papel que foi usado na música de impressão. Tallis e Byrd usaram para produzir o seu monopólio Cantiones quae ab argumento sacrae vocantur mas a peça não vendeu bem e eles recorreram à rainha Elizabeth solicitando o seu apoio. As pessoas eram naturalmente cautelosas com as suas novas publicações, e isso certamente não ajudou no seu caso uma vez que ambos eram católicos arrependidos numa terra firmemente protestante. Não só isso, eles foram proibidos de vender qualquer música importada. 

Tallis manteve respeito durante a sucessão de movimentos religiosos que degeneraram em violência e que opôs os católicos e protestantes.

Thomas Tallis morreu tranqüilamente na sua casa em Greenwich em Novembro de 1585. A maioria dos historiadores concorda que morreu no dia 23. Foi sepultado na capela-mor da paróquia da Igreja de St Alfege's. O coro foi demolido em 1720, e nenhum dos memoriais permanece.

Para ouvir

relojes web gratis

Seguidores